Não sei bem dizer como anda minha vida, anda bagunçada. Sem rumo. Sem sentido. Sem moção.
Talvez eu nunca seja suficiente pra alguém, ou pra algo. É uma sensação estranha, mas as vezes tem sentido. Me sinto tão só. Já deveria ter me acostumado com essa solidão, mas não sei porque, ainda não me adaptei. As pessoas sempre entram na minha vida com tudo, mas quando saem, é com a mesma frequência. Isso machuca bastante, ao ponto de me fazer se sentir uma inútil. Então, já que ninguém consegue sentar e me ouvir, eu escrevo o que sinto. É um modo de desabafo de tudo que ando sentido, ou talvez sempre senti. As pessoas costumam fazer-me de besta, de vim passar uma ou duas primaveras e, simplesmente, me esquecer, ou pior, ir me esquecendo ao poucos, ir me escanteando como um urso de pelúcia que quando ganhamos um novo, esquecemos o mais velhinho. E, sinceramente, isso dói muito. Ao ponto de te deixar em carne viva por dentro. Ao ponto de você sentir o sangue jorrando do seu coração, como se ele não parasse nunca mais de chorar. Sei que um dia eu serei uma pessoa mais fria do que sou hoje, mas que pelo menos eu nunca perca a minha fé, que é aonde encontro forças pra aguentar as dores da vida.
